sábado, 19 de setembro de 2020

CONFISSÃO DE EREMITA


 

Deleto meu deleite

na massa assistente

que fremente delira

no espaço escasso.

Decreto meu exílio

ante o engodo tolo

de espelhar sem ver,

se entregar sem ter.

Vazia de arrependimentos,

abstenho-me do prazer

vão de recolher restos.

E não consinto ser mais um

menos que eu mesmo.

Retenho a ilusão

vaga de etéreo éter

e contenho Deus, inteiro.

No fardo da compreensão

que arrasto atópico,

pesa o peso

do purgatório

sobre meus ombros.

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