sexta-feira, 11 de setembro de 2020

INTOCÁVEIS


 

Sombras prostradas

que se arrastam

carregando o cerne da dor

Não ousam olhar nos olhos

para não contaminar

os que se dizem sãos

Ínfimas partes, e de joelhos

Imploram um futuro

Acatam as explicações

e curvam-se

aos donos da verdade

Anseiam por respostas

à luz dos fatos

em busca da clareza

Sombras condenadas,

apartadas.

Os filhos dos filhos

ouvem as histórias

que na imaginação inata

convertem-se em lendas

Reencontram-se

todas as noites

para juntar os ganhos,

soar barrigas vazias

e se amontoam

sob os cobertores imundos

Só crianças invisíveis

tentando formular

novas virtudes

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