Transpareço o explícito cruel,
comove-me,
esbarra ao acaso.
De
sobressalto despenca o véu,
ápice
que nas folhas extravaso.
Por arbítrio
ignoro o antevir.
Castigo-me
e calo, medito
no quanto
custa não me ouvir
e aceitar,
imaginar o não dito.
Consentir
que te alcancem
mais
além do que ti mesmo
é
sempre um risco, o que tecem
ao
bel prazer é cerzido a esmo.
Deixamo-nos
à mira de dardos
lançados
a mil, aleatoriamente,
de soberba
e egotismo abastados
somos
alvos, inexoravelmente.
É
tão mais sedutor reinventar,
disfarçar
o momento da tristeza,
pois
são belas as palavras no ar
que
soam na desejada clareza.
A quem atribuímos o deszelo
senão
a nossa vã ingenuidade,
ao acreditar
no outro o espelho
de encontro
à necessidade?
Escuto
a voz antes entorpecida
e
reencontro de vez a realidade,
a escolhida,
tão mais conhecida,
elejo-me
só na suposta sanidade.
Conformada
de mim sem máscaras,
sem adormecimentos
que cegam,
celebro
a solitude sem amarras.
Na poesia
meus eus me segregam.
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