De
algum lugar me espreita
o
que virá.
De
algum lugar sem tempo,
me
espreita
e
não sei se quero.
(Ou
será assim o tempo,
determinado,
quando
menos se espera ele vem,
impiedoso
e
nos pega de surpresa).
Calma,
não fiz back-up
da
minha vida.
Ainda restam manuscritos
perdidos nas
gavetas
e
a desordem às vezes,
é
tão necessária a mim,
como
se me achasse
disposta
sempre, a recomeçar
dessa
mesma desordem.
Mas
calma, não me pegue
assim
de surpresa, o que virá.
Alguém
me espera
pacientemente
na
escura esquina,
e
um anjo me ampara
em
suas asas brancas.
Tantos
papéis guardam segredos
e
ninguém entenderia
envelopes
lacrados.
A
imagem do espelho
reflete
a beleza
e
a ingenuidade
de
criança inquieta.
Chora, mas não mostra as marcas,
embora
insista em modelar
a
matéria-prima para sua obra final.
Não
estou pronta
para
o que virá.
Porque
faço dos instantes
a eternidade.
E
ainda preciso
desses
instantes.
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