sexta-feira, 19 de junho de 2020

TEMPO?



Teremos tempo?
O que é o tempo
senão uma incógnita.
Quando o desejamos extenso,
retemos obstinados a nossa história,
numa constância de memória.
Quiséramos desconhecê-lo
ao olhar sem ver.
Quem sabe amanhã
haverá a coragem
e o defrontaremos sem reservas.
Ora tentamos segurá-lo
implorando o eterno,
ora pensamos apressá-lo,
quando ele impiedoso
lateja os minutos,
na nossa ânsia de chegar.
Teremos tempo?
O que é o tempo,
senão uma sucessão
de placentas se rompendo,
marcando assim sua continuidade,
num paradoxo entre a dor e a beleza.
O imprevisível, o inesperado,
o indeterminado, o abstrato.
No entanto gera querência
esse mágico tempo,
urge de vida.
Simples concessão dos deuses.



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