domingo, 21 de junho de 2020

SEJAMOS



Sejamos sempre breves,
sem transbordar mágoas
no choque do olhar.
Breves como as pétalas
murchas caídas agora,
das flores inertes n’água
(já embelezaram o dia
e retiram-se encurvadas)
Sejamos sempre breves
sem aprofundar raízes,
sem desenterrar desejos,
sem se fazer muito amar,
sem querer muito gritar.
Sejamos,
pois breve
é o tempo da partida,
é o tempo da estadia
e tão breve
é o tempo de nascer.

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