quarta-feira, 10 de junho de 2020

PORQUE HÁ O AMOR



Há o amor

No arrojo extremado
do sentir simplesmente
em palavras derramado
compulsivamente
No sonho incontido
no gesto impulsivo
no sorriso amanhecido
no calor explosivo

Há o amor

Na palavra cultivada
nos instantes ousados
na semente arada
que regamos extasiados
e contemplamos silentes
atados,  a frutificação
concebendo prementes
o que é agonia e benção

Há o amor

Nas noites indormidas
no afligimento obstinado
nas memórias vividas
de frenesi desatinado
no cuidado, no lavrar
de densos instantes
vindouros,  a deslumbrar
paixão e paz constantes

Há o amor

Onde não há explicação
nem juras, nem sentido
onde há inspiração
e no poemas refletido
Amor é isso me dizes
e eu te digo, é só uma parte
das possíveis matizes
do que tecemos com arte

Porque há apenas ...
No pertencimento
no faro, nas cantilenas
no vital acometimento
Por que é aceitação
deleite,  sublimação
desassossego, doação
vertigem, motivação  

Alquimia, hipnose
elevação, osmose
alimento, metamorfose
intenção, simbiose

Por isso dá graças
à existência que te consente
acolher nas andanças
a vez de um amor veemente

Porque há o amor

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